Hoje li o volume Vermeer da série Masters of Art, de M. Tazartes (Ed. Prestel). Nada demais, um daqueles livros que a gente cata na lojinha do museu, com uma biografia decente e alguma história sobre as pinturas do moço.

De lá pra cá, sempre a luz me deixando pasma. Não se sabe muito sobre a vida de Vermeer - e acho uma pena a falta de registros mais precisos que nos contem mais sobre artista tão talentoso. Não há cartas, autorretratos, relatos detalhados sobre as encomendas que certamente recebia. O que se sabe é costurado por historiadores a partir de registros de empréstimos, dívidas, espólios, poucas menções de contemporâneos. É o suficiente, porém, para nos assegurar o respeito com que foi visto por artistas da época em Delft, cidade holandesa onde viveu e trabalhou, ainda que somente muito depois de sua morte tenha entrado para o cânone da pintura mundial.
Bla bla bla, leio leio até o ponto em que o olho escapa para a reprodução da pintura na página ao lado e vejo aquela luz. Quem eram seus modelos (além de sua esposa)? Era aquela sala que se repete nos detalhes a sua, em sua casa? Que histórias contava aquele casaco amarelo pintado tantas vezes? Até onde ia seu fascínio pelas artes, pela música e pela ciência? Que recursos óticos usou para tamanha precisão dos detalhes? De onde vinha esse olhar, menino? Os críticos dizem muita coisa e os colecionadores pagam fortunas absurdas. Os museus se orgulham. Eu só fico boba como gente pode ser tão linda, capaz de tamanha maestria.
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