Deve ter sido algo que li, a nostalgia me pegou. Chegou de carona em uma lembrança bem leve, como umas que ficam guardadas nas gavetas mais escondidas da minha memória e, de repente, resolveu sair sabe-se lá pra quê. E foi engraçado me encontrar de novo com a criança que fui. Fiquei ali, cara de boba e caneca na mão, vendo surgir na fumaça do café imagens daquela menina insegura, dona de tantos sonhos que mal podia carregá-los.
E aí vi quando ela se sentou na cadeira branca do jardim e encolheu as pernas, abraçou os joelhos e enterrou ali seu queixo. E fez uma cara de dúvida triste, porque tinha medo de não conseguir. Aí a imagem se desmanchou porque uma outra já chegava e vi quando soltaram sua mão e a deixaram sozinha com seus fantasmas. Mas ela só chorou depois, e também vi: estava em silêncio, completamente. Mas o cenário era o mesmo de uma outra lembrança, esta mais doce, com gosto de possibilidades. E a vi sorrindo, envaidecida, tão feliz que se supunha pronta. Se soubesse o tamanho das distâncias, não teria aquele ar deslumbrado, claro.
E aí vi quando ela se sentou na cadeira branca do jardim e encolheu as pernas, abraçou os joelhos e enterrou ali seu queixo. E fez uma cara de dúvida triste, porque tinha medo de não conseguir. Aí a imagem se desmanchou porque uma outra já chegava e vi quando soltaram sua mão e a deixaram sozinha com seus fantasmas. Mas ela só chorou depois, e também vi: estava em silêncio, completamente. Mas o cenário era o mesmo de uma outra lembrança, esta mais doce, com gosto de possibilidades. E a vi sorrindo, envaidecida, tão feliz que se supunha pronta. Se soubesse o tamanho das distâncias, não teria aquele ar deslumbrado, claro.
As imagens foram vindo assim, misturadas, algumas desbotadas, e meus lábios devem ter oscilado entre pequenos sorrisos e leves ares de tristeza longe. Um pouquinho antes de o café esfriar e a fumaça levar embora meus breves quadros antigos, aconteceu.
E foi tão bonito quando a menina também me olhou e se viu: ficou espantadíssima! Como é possível? Tranquilizei-a: não é, não há como saber; essa é a beleza. Mas vejo agora, insistiu. Não, querida, sou só um sonho seu, respondi. Mas ela soube.
E se fosse possível, ela teria sorrido.
7 comentários:
Parabens pelos sonhos realizados e conquistas tao merecidas!!
Rita, que texto lindo!!!
Issó dá argumento para um curta-metragem!!! Pura poesia!
Feliz Dia da Blogueira!
Você é uma artista.
Eu te vi pequena e sonhadora.
Continue escrevendo por favor, não pare...
Beijo da sua fã
Eu vivo querendo fazer as pazes com a Vivien criança.;0)
Linda poesia!
tambem me vejo menina com sonhos maiores que mal podia carregar.
Olá, pessoas.
Anginha, thanks!
Livia, obrigada, querida. Obrigada mesmo! E feliz dia da blogueira! Não devia ser feriado??!! ;-P
Marcia, docinha. Segredo: ainda sou pequena. E sonhadora. êêêêêê! bjoka!!
Vivien, então... é bom um papo com o passado de vez em quando, né? Nossa, é bom ver que alcançamos coisas que, naqueles tempos, nem acreditávamos possíveis... uau.
Ana Flavia, obrigada, querida. Sonhos devem ser a matéria-prima da infância, não é mesmo? Queria entrar nas cabecinhas dos meus pititicos... ou não, deixa eles, né?
Beijão, pessoas! Obrigada!!
Rita
Postar um comentário