
Mas com o apoio do Odisseus, dessa vez o saldo até que não foi dos piores já que, para os meus padrões atuais, ler um livro em poucos dias não deixa de ser um feito. Então cada um de nós se agarrou com uma historinha e, revezando-nos com os pequenos, conseguimos lá nossos momentos de leitura. Ele leu A História de Edgar Sawtelle, de David Wroblewski, e eu, admito, meti-me com a simbologia maçônica de O Símbolo Perdido (ambos presentinhos que aterrissaram em nossa árvore na noite de 24 de dezembro).
As primeiras sensações ao folhear as páginas iniciais de Símbolo variaram entre "Ai, que cansaço..." e "Aff, de novo...". Brown segue seu modelo de como escrever um best seller tão à risca que fica difícil não se sentir lendo o mesmo livro de novo. Tudo bem, eu já sabia disso e iniciei a leitura movida pela curiosidade em torno das brincadeirinhas com os símbolos mesmo. Mas até aí achei o livro bem fraquinho. Dá, vá lá, para se divertir um pouco, se você tiver boa vontade e se dispuser a acreditar que Washington é uma cidade tão interessante quanto Roma ou Paris (pode até ser, não sei, nunca fui a Washington), mas ah, senti uma forçadinha de barra do tipo "olha, os Estados Unidos são um país interessantíssimo, não devemos nada ao Velho Mundo". Uããã, sono. E toda aquela ladainha sobre os "pais fundadores" que idealizaram uma nova terra digna de salvaguardar os maiores tesouros da humanidade, aqueles que quando revelados nos salvariam das trevas - ah, o iluminado povo americano, redentor da raça humana... a-hã, sei. Zzzzzzzzzz..zzz...
A camada corre-corre do livro também é um tanto sonífera, já que o cara do mal é tão inverossímil que acho que não convence nem o próprio Brown (tenho certeza de que ele não acredita naquele vilão, não é possível).

Sem falar que a certa altura da história dá vontade de telefonar para ele e perguntar "aah, então agora a Bíblia é legal?". Fica a sensação de que Brown quis se redimir com quem o rotulou de herege após O Código Da Vinci. Tudo bem, apenas parcialmente, claro, já que Símbolo também tenta passar uma rasteira em interpretações bíblicas normalmente adotadas pelas religiões. Mas nada parecido com o balançar de estruturas ou o questionamento em torno das Escrituras Sagradas propostos em Código.
Em defesa de Dan Brown, acho difícil que ele consiga escrever algo mais polêmico que a trama em torno da possível linhagem deixada por Jesus e Maria Madalena. Seja como for, O Símbolo Perdido é infinitamente inferior ao seu antecessor e vai ser duro deixar de ser conhecido como o autor de O Código Da Vinci. Mas não acho que ele tá reclamando, não.
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